quarta-feira, 16 de abril de 2014

Movimento de Mulheres Olga Benário debaterá violência em encontro nacional

15/04/2014 - Copyleft
 
carta maior 

O manifesto de convocação do encontro afirma que o Brasil ocupa o 7º lugar no mundo com o maior número de mortes criminosas de mulheres.


Dermi Azevedo 






O agravamento da violência contra as mulheres no Brasil e as respostas prioritárias para enfrentar esse problema, serão os principais temas do 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benário, que será realizado de 2 a 4 de maio próximo, em Recife/PE.

O manifesto de convocação do encontro afirma que o Brasil ocupa o 7º lugar no mundo com o maior número de mortes criminosas de mulheres. “São também milhares de agressões físicas, psicológicas, sexuais e morais." Somente em 2012, 50 mil mulheres sofreram estupro no país.

O Encontro de Recife analisará também o polêmico estudo "Violência contra a mulher: feminicídio no Brasil", publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), em que se afirma que a Lei Maria da Penha não alterou substancialmente a quantidade de assassinatos de mulheres em função da violência de gênero, o chamado feminicídio. Estes crimes são praticados, diz a pesquisa, "geralmente por homens, sobretudo parceiros ou ex-parceiros e decorre de situação de abusos no domicílio, ameaças ou intimidação, violência sexual ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos do que o homem". Ainda segundo a pesquisa, os principais assassinos de mulheres são seus parceiros íntimos, maridos e namorados, chegando a 40% do total de crimes contra a mulher no país.

O Ipea constatou que a cada ano ocorreram 5.664 mortes de mulheres por causas violentas: ou seja, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia ou uma a cada hora e meia. As regiões do país em que mais mulheres são assassinadas são o Nordeste (6,90), o Centro-Oeste (6,86) e Norte (6,42) em cada grupo de 100.000 pessoas.

Mulheres jovens

Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres entre 20 e 39 anos. O IPEA também demonstra que 61% das mulheres mortas eram negras, em todas as regiões do país, exceto no Sul. No Nordeste, essa taxa foi de 87%; no Norte, de 83% e no Centro-Oeste, 68%.

Violência sexual

A violência sexual é considerada pelo Ipea e pelo Movimento de Mulheres Olga Benário como um das piores práticas cometidas no Brasil: de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 50.617 casos de estupro em 2012, o que equivale a 26,1 estupros por grupos de 100 mil habitantes.

O Movimento de Mulheres afirma ainda que o impacto da violência sexual sobre as vitimas é "devastador" e se apresenta na forma de DST, HIV, inflamações pélvicas, gravidez indesejada, aborto espontâneo, asma, irritação intestinal, estresse, depressão, ansiedade, disfunções sexuais e distúrbios alimentares.

Mulheres estupradas devem ser enforcadas, diz político indiano


PP

Político indiano diz que vítimas de estupro deveriam ser enforcadas. Abu Azmi afirmou que mulheres que façam sexo fora do casamento, incluindo as violentadas, devem ser mortas

A onda de violência sexual na Índia virou pauta das eleições que são realizadas no país, porém, com declarações pesadas contra os direitos da mulher. Com seis semanas de duração, se trata do maior evento eleitoral do mundo. Na , o político Abu Azmi, do Estado de Uttar Pradesh, afirmou que as mulheres que mantenham relações sexuais fora do casamento deveriam ser enforcadas, incluindo aquelas vítimas de estupro.


Mulheres indianas representam 48,5% do colégio eleitoral: reivindicação por mais segurança e menos violência de gênero (Efe)
 
“A violação é castigada com a forca no Islã. Mas aqui não acontece nada com as mulheres, somente com os homens. A mulher também é culpada”, disse Azmi, presidente do Partido Samajwadi (SP) no Estado de Maharastra, ao jornal local Mid Day. Azmi argumentou que a solução para evitar os estupros é que, se “uma mulher casada ou solteira vai (fazer sexo) com um homem, com ou sem consentimento dele, deve ser enforcada. Ambos devem ser enforcados”, continuou.

As declarações de Azmi, senador entre 2002 e 2008, aconteceram um dia após outro episódio, quando o chefe de seu partido Mulayam Singh Yadav dizer que a forca é um castigo “injusto” para os estupradores. “Os meninos cometem erros, mas isso não significa que tenham que ser enforcados”, declarou Yadav, apesar de não se opor à pena de morte como castigo para outros delitos.

Os pais de uma garota estuprada e assassinada em um ônibus na cidade de Nova Deli em dezembro de 2012 — um crime que provocou protestos e um debate sem precedentes sobre a violência contra a mulher na Índia — criticaram o político. “Seu argumento é que as mulheres não têm honra. Apelo ao público para que não vote em um líder desse tipo. Apelo às mulheres para que não votem nele”, disse o pai da moça.

“Todos os dias, mulheres são violadas e são erros? Ele fala de acabar com a pena de morte para os violadores, mas os pais, como nós, consideram que nem a morte é suficiente para os violares. Eles merecem pior”, acrescentou a mãe.

O caso levou o governo a endurecer as leis contra agressores sexuais e a estabelecer a pena de morte em caso de que a vítima faleça ou que os violadores reincidam no crime. Quatro dos estupradores da jovem foram condenados à morte e, no início de abril, três foram condenados à forca por um estupro reincidente em Bombaim.
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