PP
Postado em: 25 mar 2013 às 20:53
“Um moleque achou bonito assediar uma moça com uma cédula de dinheiro, dando a entender que ela estava à venda. Depois de pedir, várias vezes, para que parasse com aquilo, ela pegou a nota e rasgou-a ao meio. O pimpolho, claro, ficou possesso e foi para cima”
Leonardo Sakamoto, em seu sítioTorço para que a quantidade bizarra de histórias sobre rapazes que creem que moças são objetos à sua disposição seja consequência do aumento de informação circulando por conta do crescimento das ferramentas de redes sociais e não por causa de uma mudança no comportamento da molecada. Ou seja, fatos que já aconteciam antes e que, agora, deixaram a penumbra e ganharam visibilidade. Caso contrário, vou entrar em depressão profunda.
Recebi reclamações de amigas que cansaram de se sentir como estátua de santa, daquelas que todo mundo passa a mão, em baladas. Isso não é novo mas, antes, o palhaço da história, quando tomava uma bronca, ficava constrangido pelo menos. Agora, ouço casos em que o homem (sic) fica agressivo e violento ao assediar e ser repreendido.
O pensamento machista não aceita o fato de que as mulheres
não existem para servir aos homens.
Não vou chover no molhado e discutir que muitos pais, para compensar a
ausência, satisfazem todos os desejos dos filhos, criando pessoas que
não conhecem frustração e não são capazes nem de viver em uma matilha
com lobos, que dirá em uma sociedade complexa. Eles podem tudo o que
querem quando crianças e, ao crescerem, continuam acreditando que não há
nenhuma barreira entre eles e sua felicidade. Que é só chegar lá e
pegar. Que tudo tem um preço, inclusive pessoas.Fiquei bege quando ouvi a história de um moleque que achou bonito assediar uma moça com uma cédula de dinheiro na balada, dando a entender que ela estava à venda. Depois de pedir, várias vezes, para que parasse com aquilo, ela pegou a nota, rasgou-a ao meio e devolveu a ele. O pimpolho, claro, ficou possesso e foi para cima. Provavelmente, os outros homens (sic) no entorno acharam que o gajo estava no seu direito de se defender e não reagiram. Se ela e suas amigas não soubessem se impor, a história poderia ter acabado como tantas outras.
Dou aula em uma universidade que possui muitos desses jovens mimados que acham que a cidade é uma extensão da tela do seu videogame, as ruas, um anexo do banheiro que usam pela manhã diariamente e o carro, uma continuidade do seu pênis. Ou complemento, o que varia de acordo com a forma com que cada um encara suas frustrações. Em muitos casos, basta beberem uma cerveja que passam a agir como se as mulheres fossem objetos de seu prazer. E não culpem o álcool, que apenas tem o mérito de desinibir o que já havia lá dentro.
- Você não tem namorado. Se tivesse, ele não te deixava sair sozinha.
– Mulher minha só vai para festa comigo do lado.
– Não importa que você não queira, se não me der um beijo, eu não deixo você ir.
– A culpa não é minha, olha como você tá vestida!
– Se saiu de casa usando só isso de roupa, é porque estava pedindo.
– Ei, mina, se liga! Se não queria ficar comigo, porque topou trocar ideia?
Esse tipo de assédio verbal ou físico é sim uma forma de violência sexual. E das mais perversas porque, como tal, não é encarado. Ainda mais porque jovens ricos, bêbados ou não, não cometem crimes, apenas fazem “molecagens” e, portanto, fora de cogitação qualquer punição. Isso se aplica apenas a moços pobres que ofenderem alguém rico na rua. Afinal de contas, eles têm que ser colocados no seu devido lugar.
Como já disse aqui antes, ataques como esse traduzem o que parte da nossa sociedade machista pensa. Que uma mulher que conversa de forma simpática em uma festa está à disposição, que uma mulher que se veste da forma como queira está à disposição, que um grupo de mulheres sem “seus homens”, andando na noite em São Paulo, está à disposição. E quando uma mulher não tem a garantia de que não será importunada, ofendida ou violentada, com ações ou palavras, toda a sociedade tem uma parcela de culpa pelo que deixou de fazer.
Rapazes, por fim, vou contar um segredo. É duro, eu sei, mas alguém tem que fazê-lo. Não chorem, tá? Lá vai: As mulheres não existem para servir aos homens.
Pronto, vivam com isso.
Hashem criou a mulher para o homem, não o contrário.
ResponderExcluirvc. é tão covarde (típico de gentinha como vc.)
Excluirque posta anonimamente
é?
ResponderExcluiré pra rir né?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
espero que vc. seja tbm penetrado corretivamente viu?