quarta-feira, 11 de setembro de 2013

1º Ato das Trepadeiras acontece hoje em São Paulo

Mulheres promovem Ato das Trepadeiras contra músicas que reforçam a humilhação e a violência em suas letras

PP

 Ana Paula Galvão, Ciranda

 Imagem do vídeo “Trepadeiras”. (Artista: Emicida)

Na primeira década do século passado, os sambas saiam das regiões empobrecidas e chegavam ao salões da alta sociedade com, dentre outras, a música que proclamava  

“se essa mulher fosse minha
Apanhava uma surra já-já
Eu lhe pisava todinha
Até mesmo eu lhe dizer chega”
cantada por José Barbosa da Silva.

Na década de 30, o compositor Francisco Alves gravou o imediato sucesso “Mulher de Malandro” que pregava:  

“Mulher de malandro sabe ser
Carinhosa de verdade
Ela vive com tanto prazer
Quanto mais apanha
A ele tem amizade
Longe dele tem saudade”.

Em 40, Ismael Silva, em coautoria com Francisco Alves e Freire Júnior, gravaram a música “Amor Malandro” e deixa claro a opinião dos compositores:

”Se ele te bate é porque gosta de ti, 
pois bater em quem não se gosta eu nunca vi”.

Indo para os anos 70, pescamos a pérola de João Bosco e Adir Blac “Gol Anulado”, que diz

“Quando você gritou mengo
No segundo gol do Zico
Tirei sem pensar o cinto
E bati até cansar
Três anos vivendo juntos
E eu sempre disse contente
Minha preta é uma rainha
Porque não teme o batente
Se garante na cozinha
E ainda é vasco doente”.

Na década de 80, a banda Camisa de Vênus emplacou nas rádios a música “Silvia”, com o absurdo refrão

“Ôh Silvia, Piranha
Ôh Silvia, Sua Puta
Todo homem que sabe o que quer, 
pega o pau pra bater na mulher”.


Já nos anos 90, o pagode brega, na voz de Alexandre Pires divertia milhões com a música que comparava a mulher a um inseto e dizia a plenos pulmões que iria chicotear, bater com chineladas, pauladas e o que mais tivesse mais ao seu alcance na música “A Barata da Vizinha”.

Na primeira década do século 21, o forró nos dá mais um exemplo rude com a canção “Quenga”:

“Você voltou
Pra quela casa da luz vermelha
Você se deita com todo mundo
E ainda diz que me ama
Mas qualquer hora
Me da na louca
Me da na telha
Te invado a casa
Te dou porrada
Te quebro a cara
E quebro a cama.”

E em 21 de agosto último, o rapper Emicida nos ’brindou’ com a canção “Trepadeira”, em que o personagem masculino da canção proclama que sua companheira merece apanhar e morrer por envenenamento, além de sua absoluta descartabilidade após o ato sexual, numa composição cheia de apologia à violência social, física e psicológica da mulher, impondo padrões morais e estéticos e cerceando sua liberdade, cujo o auge da promoção misoginia está na rima:

“merece era uma surra de espada-de-são-jorge 
e um chá de comigo-ninguém-pode“.


CHEGA!!!!
Queremos, a partir do 1º ATO DAS TREPADEIRAS, desautorizar qualquer um a dançar, a sorrir cinicamente, a se divertir e, muito menos, a ganhar dinheiro às custas de hematomas, dores, humilhações diárias e mortes que chegam ao endêmico número de UMA MULHER AGREDIDA A CADA 12 SEGUNDOS, só no Brasil.

Trata-se de um profunda mudança cultural da qual não podemos mais nos furtar em promover. Não é um problema do RAP, não é um problema do samba, não é problema do pagode, do funk, do sertanejo, nem do rock e nem do POP, é um problema da sociedade e, sobretudo, de TODAS as mulheres.

Não queremos mais o eterno papel de vítimas que nos enfiam goela e ouvidos abaixo!

Somos guerreiras! Somos trabalhadoras e se “a rua é nóis”, é bom que fique bem claro que “100% da rua foi a mulher que pariu!”.

#1atodastrepadeiras #femicidasnaopassarao #trepadeirasnaocalarao


Dia 10.09 – terça-feira – às 20h30 – na Rua Paes Leme, em frente ao SESC Pinheiros!

Menina de 8 anos morre em lua de mel com marido de 40

PP

Jovem foi vendida pelo padrasto por cerca de R$ 6 mil a um saudita. Segundo os médicos, a menina morreu com ferimentos internos no útero.


Uma criança de oito anos morreu no último sábado (07/09) no Iêmen após a lua de mel com o marido de 40 anos, informaram nesta segunda-feira (09/09) as agências dpa e AFP. Segundo os médicos, a menina morreu com ferimentos internos no útero.

A jovem, chamada Rawan, foi vendida pelo padrasto para um saudita por cerca de R$ 6 mil, segundo o jornal alemão Der Tagesspiegel. A morte aconteceu na área tribal de Hardh, na fronteira com a Arábia Saudita.

Ativistas de direitos humanos pressionam para que o saudita e a família da menina sejam responsabilizados pela morte.

“Após este caso horrível, repetimos nossa exigência para uma lei que restrinja o casamento para maiores de 18 anos”, afirmou um membro do Centro Iemenita de Direitos Humanos para a dpa.


Em 2010, outra garota de 13 anos já havia morrido com sangramentos internos cinco dias após o casamento (forçado), de acordo com outra organização de direitos humanos que atua na região.

Há quatro anos, uma lei tentou colocar a idade mínima de 17 anos para o casamento. No entanto, ela foi rejeitada por parlamentares conservadores, que a classificaram de “não islâmica”.

Opera Mundi, com agências

  Atualizando

  11/Sep/2013 às 15:29

Agência reafirma morte de menina de 8 anos em lua de mel

Apuração da agência de notícias Reuters indica que chefes tribais tentaram esconder a história. Menina casada com homem de 40 anos morreu de hemorragia causada por rompimento uterino

menina 8 anos lua mel
Autoridades do Iêmen negam morte de menina, enquanto veículos de imprensa reafirmam veracidade da história (Imagem – Ilustração)
 
A agência de notícias Reuters reafirmou nesta terça-feira (10/09) a história de uma menina de oito anos que teria morrido no Iêmen durante a lua de mel com seu marido de 40 anos, apesar de autoridades do país terem negado a morte ontem, segundo o Huffington Post e o jornal Gulf News.

O caso, que chamou atenção em todo o mundo, teria ocorrido no último sábado (07), mas veio a público na segunda-feira (09), sendo reproduzido por publicações como o jornal espanhol El País, o Daily Mail e o alemão Der Tagersspiegel. A criança, segundo Mohammad Radman, o jornalista que apurou a matéria, sofreu ferimentos internos no útero.

Arwa Othman, ativista pelos direitos humanos no Iêmen, disse à Reuters que a menina, conhecida apenas como Rawan, se casou com um homem de 40 anos na última semana, na cidade de Meedi. Segundo ela, “na noite do casamento e após a relação sexual, a criança teve hemorragia e rompimento uterino, que causaram sua morte. Eles a levaram a uma clínica, mas os médicos não puderam salvá-la”.

Othman afirmou também que as autoridades não tomaram qualquer ação contra a família ou o marido da menina. Dois habitantes de Meedi, consultados pela Reuters, confirmaram o incidente e disseram que chefes tribais locais haviam tentado acobertar a história quando foi publicada pela primeira vez, inclusive ameaçando um jornalista para que não apurasse os fatos.

Casamentos envolvendo menores de idade são comuns no Iêmen, apesar de protestos de instituições como a ONU e o Human Rights Watch. Em 2010, uma menina de 13 anos também morreu com ferimentos internos após ter sido forçada a se casar, de acordo com uma organização de direitos humanos que atua na região.

Discussões sobre o assunto foram postas de lado pela turbulência política que seguiu os protestos de 2011 contra o presidente Ali Abdullah Saleh e que levaram à sua deposição do governo.

com Opera Mundi

 

 

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