PP
Ana Paula Galvão, Ciranda
Imagem do vídeo “Trepadeiras”. (Artista: Emicida)
“se essa mulher fosse minha
Apanhava uma surra
já-já
Eu lhe pisava todinha
Até mesmo eu lhe dizer chega”,
cantada
por José Barbosa da Silva.
Na década de 30, o compositor Francisco Alves gravou o imediato sucesso “Mulher de Malandro” que pregava:
“Mulher de malandro sabe
ser
Carinhosa de verdade
Ela vive com tanto prazer
Quanto mais apanha
A
ele tem amizade
Longe dele tem saudade”.
Em 40, Ismael Silva, em coautoria com Francisco Alves e Freire Júnior, gravaram a música “Amor Malandro” e deixa claro a opinião dos compositores:
”Se ele te bate é porque gosta de ti,
pois bater em quem
não se gosta eu nunca vi”.
Indo para os anos 70, pescamos a pérola de João Bosco e Adir Blac “Gol Anulado”, que diz
“Quando você gritou mengo
No segundo gol do
Zico
Tirei sem pensar o cinto
E bati até cansar
Três anos vivendo
juntos
E eu sempre disse contente
Minha preta é uma rainha
Porque não
teme o batente
Se garante na cozinha
E ainda é vasco doente”.
Na década de 80, a banda Camisa de Vênus emplacou nas rádios a música “Silvia”, com o absurdo refrão
“Ôh Silvia, Piranha
Ôh Silvia, Sua
Puta
Todo homem que sabe o que quer,
pega o pau pra bater na mulher”.
Na primeira década do século 21, o forró nos dá mais um exemplo rude com a canção “Quenga”:
“Você voltou
Pra quela casa da luz vermelha
Você
se deita com todo mundo
E ainda diz que me ama
Mas qualquer hora
Me da
na louca
Me da na telha
Te invado a casa
Te dou porrada
Te quebro a
cara
E quebro a cama.”
“merece era uma surra de espada-de-são-jorge
e
um chá de comigo-ninguém-pode“.
CHEGA!!!!
Queremos, a partir do 1º ATO DAS TREPADEIRAS, desautorizar qualquer um a dançar, a sorrir cinicamente, a se divertir e, muito menos, a ganhar dinheiro às custas de hematomas, dores, humilhações diárias e mortes que chegam ao endêmico número de UMA MULHER AGREDIDA A CADA 12 SEGUNDOS, só no Brasil.
Trata-se de um profunda mudança cultural da qual não podemos mais nos furtar em promover. Não é um problema do RAP, não é um problema do samba, não é problema do pagode, do funk, do sertanejo, nem do rock e nem do POP, é um problema da sociedade e, sobretudo, de TODAS as mulheres.
Não queremos mais o eterno papel de vítimas que nos enfiam goela e ouvidos abaixo!
Somos guerreiras! Somos trabalhadoras e se “a rua é nóis”, é bom que fique bem claro que “100% da rua foi a mulher que pariu!”.
#1atodastrepadeiras #femicidasnaopassarao #trepadeirasnaocalarao
Dia 10.09 – terça-feira – às 20h30 – na Rua Paes Leme, em frente ao SESC Pinheiros!
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